Resenha – O enigma do quarto 622 – Joël Dicker
Hoje vou resenhar o #intrinsecos da caixa 027 (dezembro), que eu nem bem li e já se tornou um dos meus novos suspenses favoritos! O livro é do autor suíço Joël Dicker @joeldicker e apesar de ser um calhamaço de 526 páginas, é daqueles que prendem a gente do começo ao fim.
A trama se divide em diferentes recortes temporais, algo que eu adoro em suspenses, pois vai fazendo a nossa curiosidade crescer ao longo da leitura.
No presente temos Joël (sim, o autor é personagem nessa estória), que após uma desilusão amorosa, decide tirar férias em um famoso hotel no Alpes Suiços, o Palace de Verbier. Seu quarto é o “621 bis”. Mas por que o 622 não existe? Instigado por sua vizinha de corredor, Scarlett Leonas, e sentindo despertar a sua vontade de encontrar e escrever uma boa estória (já que ele é um escritor) Joël vai iniciar uma investigação sobre o que aconteceu nesse quarto.
É essa investigação que nos leva ao passado. Anos atrás, houve um assassinato no n°622, na noite “Grand Weekend”, um grande evento do mundo das finanças onde o nome do novo presidente do imponente Banco Ebenezer seria anunciado. O crime nunca foi solucionado, será que Joël e Scarlett vão juntar todos os pontos?
“Se há uma explicação racional imediata acaba a intriga e não há romance. E é ai que o romancista entra em ação: para que um romance exista , ele tem que recuar um pouco nos limites da racionalidade, desprender-se do real e, principalmente, inventar um mote ali onde não existe nenhum”
Aos poucos vamos conhecendo as personagens, repletas de conflitos, falhas de conduta e segredos. O mistério de quem morreu na noite do crime é mantido por um bom tempo de narrativa. Seria Macaire, o confuso e impulsivo herdeiro do banco, cujo maior temor é não ser escolhido para a presidência?
Ou Lev Levovitch, o homem prodígio, de origem simples, mas que conquistou status e é querido por todos?
Quem sabe o misterioso Sinior Tarnogol, o membro do Conselho do banco cuja estória ninguém conhece, mas que intimida a quase todos ao redor?
Ou até mesmo os Hansens, sempre procurando ocupar mais espaço no grupo.
E as outras personagens? Qual seria o envolvimento delas?
O mais incrível desse livro é que descobrir a vítima e o assassino são apenas alguns detalhes perto da chuva de plots que o enredo nos entrega. E isso é feito amarrando todas as pontas e deixando a gente com a boca aberta no melhor estilo “gente, é sério isso?” Eu não sei vocês, mas esse tipo de desfecho é o meu favorito em livros do gênero.
“A vida é um romance que já sabemos como termina: no fim, o herói morre. Por isso, o mais importante não é como nossa história acaba, mas como preenchemos as páginas. Pois a vida, como um romance, deve ser uma aventura. E as aventuras são as férias da vida.”
Mais uma vez a edição do clube estava linda, amei essa cor azul do livro do mês e o conteúdo da revista estava recheado de informações legais. Ah… o brinde dessa caixa foi outro thriller, Em água profundas, da autora Patricia Highsmith. Esse eu ainda não li, mas a edição está um arraso e logo trago a resenha para vocês!
Resumindo… Eu adorei esse meu primeiro contato com a escrita do autor e já quero ler os outros livros dele. No Brasil, todos saíram pela Editora Intrínseca.
Achei interessante saber que O enigma no quarto 622 é uma homenagem do autor para seu editor, Bernard de Fallois, que morreu em 2018.
Confesso que fiquei surpresa em encontrar algumas resenhas e comentários de que o livro dividiu opiniões tanto aqui quanto nos outros países onde já foi lançado. Pra mim funcionou muito bem do início ao fim (e que fim, meus amigos!) Mas isso só prova que gosto é uma coisa bem peculiar mesmo. Eu amei e recomendo pra que gosta deu um bom suspense, se fizerem a leitura venham me contar o que acharam!
Ah… estava esquecendo de dizer uma coisa… O lançamento da edição comercial está previsto para 19/02/2021. Mais uma vantagem do Clube Intrínsecos… a gente lê primeiro e fica fazendo vontade em vocês…
